Caldas de Arêgos

Caldas de Arêgos

Tuesday, June 12, 2007

Regresso

Antes de nada, quero pedir desculpas aos visitantes frequentes deste meu blog, por ter estado tanto tempo afastado.
Outras razões, do foro da minha vida profissional, têm-me impedido de vir aqui, para complementar a ideia.
Tãopouco hoje, trago novidades minhas.
Trago, antes, um pequeno texto de Teixeira de Pascoaes, que, creio, e apesar de se focar no território que de Arêgos fica a Norte, nos ajudará a todos - e naturalmente que vos incluo, porque vos sinto 'com' a ideia -, a manter a atenção e a vontade de fazer, para aquela que é a Nossa Aldeia:
'...É na região de Entre Douro e Minho que o Portugal de terra se mostra em alto e nítido relevo. É ali, portanto, que devemos estudar a Paisagem como fonte psíquica da raça(...). O doloroso drama transmontano e o bucólico idílio minhoto, fundem-se, na região do Tâmega, numa paisagem original que é o próprio busto panteísta do génio dos Lusíadas(...). A reflexão da paisagem no homem é activa e constante. A paisagem não é uma coisa inanimada; tem uma alma que actua com amor ou dor sobre as nossas ideias ou sentimentos, transmitindo-lhes o que quer que é da sua essência, da sua vaga e remota qualidade que, neles, conquista acção moral e consciente. ...' (in Arte de Ser Português, Op. cit., pp. 69-71)
Lembro ainda que este autor definiu, em Unamuno e Portugal, assim os Portugueses:
'...o português é um ser indefinido ainda, ou antes, um ser que tem vivido fora da sua forma própria, fora do seu corpo; e o seu progresso dever-se-á fazer no sentido de encontrar o corpo que, por natureza da sua alma, lhe compete. ...' (in Unamuno e Portugal, A Águia, ano I, 1ª Série, nº 8 de 1 de Abril de 1911),
que leio como a indicação do caminho para dar corpo à minha ideia, para a qual, feliz, encontrei já tantos adeptos.
Nota: os vossos comentários são bem-vindos. Se não os quiserem publicar online, enviem-mos para luc956@gmail.com . Obrigado.

Friday, April 20, 2007

Marketing 3 - Caldas de Arêgos vista por outros


Dado que estou sem notícias, nem comentários, em vez de criar um texto, vou hoje deixar aqui links para outros textos e informações que envolvem as Caldas de Arêgos e a Casa da Torre da Lagariça, que encontrei aqui, no oceano digital, e que, de uma forma ou de outra, me motivam a desenvolver a ideia:
























http://patinadora.zip.net/ (faça: Edit » Find » e digite: arêgos, para o texto sobre um fim de semana em Caldas de Arêgos)






http://pausresende.blogspot.com/2005_12_01_archive.html (faça: Edit » Find » Torre da Lagariça, para ver o texto relacionado)


http://ecoturimindelo.blogspot.com/2006/12/o-ano-2006-ecoturismo.html (faça: Edit » Find » Torre da Lagariça, para ver o texto relacionado)

Os vossos comentários também serão fonte de motivação. Não se envergonhem de ser idealistas, por favor.

Friday, April 13, 2007

Marketing 2


Hoje, decidi enviar esta ideia a uma empresa. Porquê? Porque julgo que reúne todas as condições para ser o agente ideal para dinamizar um processo global de desenvolvimento da ideia:

1. desenvolveu um conceito de habitação do tipo que eu defendo que deve ser criado nas Caldas de Arêgos, para utilização por quem, já reformado, prefere Viver do que ficar enterrado vivo numa casa para idosos;

2. está ligada a Centros Comerciais activos, de muito boa qualidade, conhecendo bem as necessidades dos vários públicos, e mantendo entre os seus clientes marcas de grande prestígio e dinamismo;

3. pertence a um grupo, todo ele capaz de ser agente do projecto - com participação em empresas que vão desde a banca até a uma empresa de turismo;

4. é uma empresa portuguesa.

Naturalmente, espero ter, pelo menos, uma resposta à apresentação que fiz, nem que se trate de um simples 'sem interesse'.

Também naturalmente, vou continuar a pensar em soluções que possam permitir que a ideia ganhe vida, independentemente da apresentação de hoje.

Obs. O software de estatísticas de visita que adicionei a este Blog, e no qual inibi a contagem das minhas próprias visitas, dá-me conta de que este tem sido visitado todos os dias a partir de Portugal e recebeu dois visitantes situados, um, nos Estados Unidos, e o outro no Brasil. Quanto a estes não espero comentários, mas gostava de ver o seu comentário ao que exponho, nem que seja a dizer 'idealista!' ou pior do que isso. A minha motivação, como a de toda a gente, alimenta-se de sinais e de críticas. Obrigado.

Friday, March 30, 2007

Marketing - I

O Verão, é, por natureza, o melhor período do ano para 'demonstrar' as Caldas de Arêgos. A temperatura é boa, não há vento, que os montes em frente à aldeia não o permite, há gente bem disposta em quase todo o lado da aldeia.

Thursday, March 29, 2007

Experiência


Uma ideia pode ser como uma ilha: Apesar de sujeita a pressão por todos os lados, está lá, tem corpo, gera vida.

Wednesday, March 28, 2007

A ideia, em traços gerais

Aldeia de Turismo Sénior: Preparar a aldeia para se tornar num polo de interesse para pessoas que acabaram a sua vida activa e pretendam VIVER a sua vida num ambiente em que as actividades de lazer estão ligadas a aspectos culturais, mantendo-as activas e em relação com uma comunidade que as faz sentir vivas e importantes.


Objectivo: Criar as condições para fixar uma clientela que, passando ela a viver em Caldas de Arêgos, promova a visita regular de familiares mais novos, que, por gostarem do que vêem e sentem, vão ser turistas ocasionais ou de fim de semana, agora, mas vão querer ser os clientes do futuro.



Projecto:

Alojamento: Reabilitar os espaços que se dedicavam ao turismo das Termas - Hotéis, Pensões e Residenciais - de modo a que os novos turistas se sintam em casa: criar apartamentos ou suites residenciais que possibilitem o aluguer por períodos alargados (prever alugueres anuais, semestrais e trimestrais), e criar novos equipamentos de raiz nas casas que as famílias de Arêgos deixaram de utilizar.

Animação:

Criar - e aqui começo a atrever-me a identificar a sua localização: na zona da Avenida das Tílias - um espaço multi-actividades, tipo FNAC, com espaço para a leitura, exposições de pintura e fotografia, um salão de chá, e uma área de fórum, que junte as pessoas de forma agradável, para ouvir um pouco de música, ver um filme, uma peça de teatro, um pouco de fado, participar em debates...

Criar uma empresa de roteiros turísticos que ofereça, a preços acessíveis, programas do tipo: viagem pelo rio Douro; roteiro queirosiano, de 'Tormes' à 'Ilustre Casa de Ramires'; visita à serra, incluindo passeios pelas aldeias mais isoladas e almoço em restaurante de gastronomia tradicional; visita ao Porto, com uma viagem de barco e outra de comboio; visita a Lamego e a Viseu; visita a quintas produtoras de Vinho do Porto; roteiro através dos elementos deixados pelos romanos na região; roteiro à volta do nascimento de Portugal, do milagre de Cárquere à relação entre D. Afonso Henriques e Egas Moniz; entre outras.

Criar as condições para a existência de espaços que promovam a formação em música, pintura, e desportos fluviais orientadas principalmente para adultos.

Criar condições, na zona da marina, para a realização de espectáculos de maior envergadura, desde a apresentação de orquestras a bandas de rock, até à exibição de peças de teatro, espectáculos de circo ou a organização de passagens de modelos.

Criar condições para a existência de um conjunto de lojas comerciais que abranjam a oferta normal para uma localidade com vida, tendo o cuidado de criar regras claras quer quanto ao número de lojas por tipo de actividade, quer em termos da utilização do espaço físico da aldeia.

Estruturas humanas:

Criar uma escola de formação com duas valências fundamentais: uma dedicada aos serviços de hotelaria e turismo, percebendo-se desde logo que a oferta turística se dirige não apenas a clientes Portugueses; uma outra dedicada à assistência na saúde a adultos, dado ser este o cliente-alvo.

Criar, eventualmente a partir da Câmara Municipal, uma entidade de coordenação da actividade da aldeia.

Estrutura física:

Manter, renovando o que está degradado, a traça original da aldeia naquilo que é o seu núcleo, criando regras para as novas construções que não venham a por em causa a noção de equilíbrio que a aldeia ainda mantém.

Ressalvo aqui que sou a favor da apresentação da nova arquitectura, e, que serão sempre benvindas peças arquitectónicas inovadoras, elas também, capazes de chamar públicos diversos.

Criar condições para a diminuição, ou a inexistência, de tráfego automóvel no interior da aldeia: criar uma variante à estrada nacional, zonas de estacionamento e um serviço de transporte entre tais parques e o centro da aldeia.

Naturalmente, o acesso à estrada actual deve ser permitido a transportes de utilidade pública, veículos de mercadorias - em horários definidos - e a residentes com cartão de acesso.

Como conseguir tudo isto:

Antes de nada, é necessário convencer as pessoas de que as Caldas de Arêgos já estiveram próximas daquilo que se pode imaginar que seria a aldeia depois da animação que descrevi atrás: de facto, nos anos 60, o Hotel Parque funcionava como catalizador de tantas actividades como as que descrevi e Arêgos vivia feliz.

Depois, é preciso dar a conhecer a sua existência aos seus potenciais clientes, bem como criar as condições para encontrar os empreendedores que lhe podem dar corpo e nela encontrem o seu rumo e a alegria de fazer.

Por fim, será necessário encontrar os meios que permitam transformar todos os sonhos e ideias em factos.

Nos próximos textos abordarei, então, a minha opinião sobre:

Marketing promocional;

Procura e 'recrutamento' de empreendedores;

Fontes de financiamento.

(Nota: se, entretanto, tiver dado com este texto e não conheça ainda as Caldas de Arêgos, convido-o/a a dar por lá uma volta, num destes dias de Primavera: espero que se apaixone!)



Ligação pessoal e familiar a Arêgos

A Casa da Torre da Lagariça, aqui representada numa das suas faces, é a última das propriedades que pertenceram à minha bisavó - Brízida Huet de Bacelar, que era quem vivia em Caldas de Arêgos e nos recebia durante 'temporadas' na sua Casa da Carreira - que ainda permanece na posse da família.
Situada a cerca de onze quilómetros da aldeia, possui uma torre árabe, construída antes de Portugal ser país - por volta do século X - e recebeu, em 1538, o foral de Capitania-mor de Arêgos.
É esta condição, e o facto de, conjuntamente com a minha Mãe e os meus quatro irmãos, ser dela co-proprietário, que me faz usá-la com símbolo para esta ideia.
Também ela precisa de reencontrar a VIDA que em tempos teve e que, acho eu como muitos outros, tanto merece.
A sua permanência na família deve-se, principalmente, ao amor por ela do meu Pai, Gonçalo Cochofel, que era, também, um apaixonado pelas Caldas de Arêgos.
Devo fazer saber, aqui, que a casa também está ligada com a cultura Portuguesa, já que foi nela e na família que se baseou o romance de Eça de Queirós 'A Ilustre Casa de Ramires'.
Julgo que a VIDA da casa estará dependente daquilo que as Caldas de Arêgos vierem a ser: um exemplo de gosto pela VIDA ou um fantasma do passado.
O que se pretende com estes textos será encontrar os argumentos que venham a possibilitar reacender as condições que fizeram da Região um símbolo de desenvolvimento e alegria.
O potencial jaz todo nas condições naturais do sítio. Falta encontrar a vontade de estudar soluções e as pôr em marcha.

Génese da Ideia




Nasci em Miramar, aqui junto ao Porto, mas, a quem me pergunta de onde sou respondo que sou de Arêgos, das Caldas de Arêgos.
Foi lá que cresci, brinquei, comecei a conhecer pessoas, de todas as classes sociais - do padre à mulher do caseiro, do industrial ao taxista -, foi lá que conheci a pobreza e a opulência, foi lá que aprendi a diferença entre servir e ser servido, foi lá que fui a primeira vez à escola.
Conheci as Caldas de Arêgos numa altura em que as termas funcionavam em pleno, três meses por ano, os Hotéis e Pensões se enchiam de turistas das mais diversas proveniências geográficas e sociais e havia sorrisos e bom humor na face de todos.
Depois veio a barragem - do Carrapatelo - e todas as transformações que causou, desde a destruição do Hotel Parque ao abandono das Termas à sua sorte. (Deve dizer-se aqui que, com o 25 de Abril, e a necessidade de alojamento de retornados das nossas ex-colónias, a aldeia serviu de porto de abrigo a muitas das famílias que, por não terem outro, ali foram alojadas temporariamente. Tal utilização diminuiu a capacidade dos alojamentos hoteleiros naquela que era a sua verdadeira vocação - servir turistas-banhistas e a falta destes, assim originada, acabou por se revelar fatal: deixou de haver capital para proceder à renovação da oferta hoteleira e, aos poucos, deixou de haver turistas.)
Mas, a influência da barragem não foi só negativa: de facto a aldeia de Caldas de Arêgos ficou ainda mais bonita, com o leito do rio a dar-lhe uma das pequenas baías mais belas que encontramos por esse rio acima, e permitindo-lhe condições para ancoragem de barcos de todos os portes o que nos trouxe até à construção de uma marina.
Vamos agora até ao ano 2000 e a um sítio tão distinto deste como próximas são as suas características globais: Acabo de ver como tinham ficado as primeiras seis casas para que tinha vendido caixilharias na Praia da Luz, Lagos, e o Cliente vem dizer-me, satisfeito, 'Luís, acabamos de vender a 1ª casa: é para uma senhora Inglesa, de 78 anos, que a quer para vir viver os últimos anos da sua vida...'.
Extraordinário: quer vir VIVER os últimos anos da sua vida, e não, como por cá tantas vezes se ouve, para morrer!
De que me lembrei então? De Arêgos, nos seus bons tempos, recheada de gente com gosto por viver, e das pessoas que hoje estão fechadas nas suas casas e que, como esta Inglesa, querem VIVER os últimos anos das suas vidas. E a ideia que então me surgiu e que só hoje começo a passar para palavras escritas foi:
Criar condições em Caldas de Arêgos para receber pessoas que aqui queiram VIVER, dando-lhes todas as condições necessárias para que a sua VIDA tenha sentido, outra vez.
Há muito trabalho pela frente, mas, como tentarei demonstrar nos próximos textos, pode muito bem vir a ser uma ideia que ganha corpo e, então, VIDA.